segunda-feira, 26 de abril de 2010

O desporto como remédio


Actividades físicas ajudam a tratar doenças crónicas

A atitude correcta de um pai ou de uma mãe ao descobrir que o filho tem uma doença crónica é imediatamente pedir sua dispensa das aulas de educação física. Certo? Nem sempre. Praticar desporto é bom não só para manter o corpo saudável e em forma. Serve também como terapia para alguns males, como diabetes, hipertensão, asma e depressão. Há exemplos de atletas da elite desportiva mundial que começaram a correr, nadar e pedalar como quem toma um remédio. A necessidade de superar problemas de saúde específicos levou-os ao auge da performance em suas modalidades. Para uma pessoa comum, meia hora de exercícios por dia, cinco vezes por semana, é o suficiente para colher os efeitos medicinais dos desportos. Uma das doenças cujo tratamento mais se beneficia das actividades físicas é a diabetes. O corpo do diabético produz de forma irregular a insulina, harmónio que controla o nível de glicose no organismo. Em alguns casos, o paciente precisa tomar injecções de insulina. Exercícios aeróbicos como natação, corrida, ciclismo e caminhadas melhoram a metabolização do açúcar. Resultado: o diabético passa a precisar de doses menores do harmónio.
A medicina descobriu recentemente que casos de depressão leve também podem ser tratados com desporto. Isso porque, durante os exercícios, o corpo produz e libera endorfina, substância responsável pela sensação de prazer que aparece logo depois de uma sessão na academia. Para algumas doenças respiratórias crónicas, como a asma, o desporto mais indicado é a natação, que amplia a capacidade pulmonar. Actividades físicas melhoram o fluxo sanguíneo e a metabolização do colesterol, o que ameniza a hipertensão arterial, problema que afecta cerca de 30% dos adultos. As propriedades terapêuticas do desporto são inúmeras, mas isso não significa que qualquer pessoa com uma doença crónica possa fazer esforço físico à vontade. O correcto é consultar um médico antes, para saber a modalidade ideal e a regularidade com que os exercícios têm de ser feitos.

A CURA PELA ÁGUA

Para um nadador olímpico, Fernando Scherer, o Xuxa, começou a treinar tarde. Aos 14 anos, um médico sugeriu que ele fizesse natação para controlar as crises de asma, cada vez mais frequentes e incómodas. O problema de saúde se manifestou pela primeira vez quando ele tinha 12 anos. "Depois que entrei na piscina, nunca mais tive um ataque de falta de ar", diz Xuxa, hoje com 30 anos. A asma é causada pela inflamação dos brônquios e pela contracção exagerada dos músculos ao redor deles, fazendo com que a passagem do ar pelas vias respiratórias fique mais difícil. O trabalho de expiração e inspiração durante a prática da natação amplia a capacidade pulmonar, o que ajuda a controlar a asma. Alguns tipos da doença, como os causados por alergias e esforço físico, não costumam ser tratados com o desporto.

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